quinta-feira, outubro 25, 2007

Não ri!

Provavelmente eu mesmo fui vítima desta estratégia, mas só fui entender alguns anos depois como "a coisa" funciona. É mais ou menos assim: a criança fazia uma coisa errada e ficava sorrindo para uma pessoa que esteja presenciando a cena, quando a mãe ou o pai fazia a devida repreensão todos, inclusive a pessoa que recebeu o sorriso matreiro, deveriam fechar a fisionomia, sob pena de ouvir um "não ri, senão ele faz denovo".
Um pouco mais velho é que entendi a estratégia, e "depois de velho" era eu quem dizia "não ri" quando meus primos mais novos, em incontáveis episódios, tentavam aliciar as pessoas em volta com sorrisos angelicais.
Esses dias li no jornal que a tal Miss Senado vai sair de destaque em uma escola de samba no carnaval do Rio, e pensei com os meus botões:"Será mesmo possível?".
Não estou dizendo com a analogia, que ela vai fazer tudo denovo, obviamente que não é isso, mas é que mesmo todo mundo sabendo que em fevereiro "ninguém é de ninguém" e tudo mais, será mesmo que vamos rir de tudo? Mesmo depois da gostosona lá embolsar o "dinheiro do leitinho da criança" (da empreiteira/senador/impostos), ganhar o dinheiro da Playboy (para isso ela tem méritos, diga-se de passagem) a mulher ainda vai aparecer de destaque como se fosse uma grande coisa, com direito a purpurina, samba-enredo e tudo mais? Posso estar ficando muito velho e rabujento, mas não é muito ridículo o povo ser passado para trás e ainda "destacar", no caso não a culpada, mas o pivo de toda a história?
Com essa, acho que é até ingenuidade pedir para dar uma vaia homérica para tentar forçar a Portela a ser rebaixada na base do grito. Para certos tipos de coisa, mesmo "depois de velho", ainda acredito que a intolerância é o melhor remédio.

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