
O melhor museu que já fui na vida é o Deutsches Museum em Munique (não, não e o Musée du Louvre , que é o segundo melhor, para a revolta dos franceses). A razão para a escolha é simplesmente porque sou engenheiro, daquela espécie que não sabe nem combinar cores direito. Logo, é perfeitamente normal que me sinta muito mais a vontade em um museu de tecnologia do que em um de artes. Um detalhe, a diferenca entre os dois tipos de museu é gritante como se pode conferir nos sítios de cada um.
Sobre museus, visitei semana passada um outro museu de tecnologia chamado National Museum of Emerging Science and Innovation ou para os íntimos (como eu, que sou vizinho) apenas Miraikan. Além da visita, também assiti uma palestra com a diretora do museu a senhora Noyuri Mima. A palestra era sobre o "conceito Miraikan", sua estrutura, o motivo da criacao e as atividades do museu. Os dois últimos itens são os que mais me chamaram atenção, porque gostaria muito de ver algo assim no Brasil.
Em resumo, o motivo da criação e as atividades do museu sao balizados por dados que indicam que o interesse por tecnologia dos jovens japoneses (por volta dos 20 anos de idade) vem caindo sistematicamente. Tendo isso em vista, fazem atividades em escolas, treinam professores, montam apresentacoes, atuam na midia e montem a estrutura do museu, que diga-se de passagem não é vinculada à mesma estrutura admistrativa de outros museus, como, por exemplo o National Science Museumque deve ser o próximo que vou. Outro dado interessante é que apesar da economia do Japão não estar "lá uma brastemp" (sim, para quem não sabe a economia japonesa vai mal das pernas faz uns 10 anos, e só agora começa a dar sinais de melhora) o orçamento para essas atividades foi preservado, ou seja, não houve cortes, o que só demonstra a preocupação deles nessa área.
No Brasil existem alguns museus desse tipo. Por exemplo, em São José dos Campos existe o Memorial Aeroespacial Brasileiro que mesmo não sendo um museu propriamente dito, é baseado mais ou menos na mesma idéia de divulgar a ciência. Não tão específico é o Museu de Ciência e Tecnologia da PUCRS, e se encaixa melhor nos exemplos estrangeiros porque disponibiliza informações sobre ciência básica.
Não conheço os dois museus, mas acredito que a motivação para a construção de ambos não deve ter sido tão bem embasada como o que vi no Miraikan, e nessa eu incluo também o Deutches, que embora seja um museu muito bom, também não deve ter sido pensado como parte de uma solução para resolver um problema específico.
Apesar da nossa juventude ter tantos outros problemas mais urgentes do que "interesse em tecnologia", é público e notório que não podemos simplesmente abrir mão desse planejamento estratégico. Caso contrário, estamos assegurando a nossa posição de estar sempre correndo atrás do bonde. É bom olhar e ver o que os "mais desenvolvidos" estão fazendo para assegurar a liderança, ajuda a enxergar que mesmo em tempos de vacas não tão gordas é possível tomar medidas para assegurar o futuro e que não há almoço grátis. Afinal de contas, como em Sao Paulo, queimar carros no meio da rua também é esporte em Paris, e a economia da França acaba de ser passada pela da China, mas mesmo assim duvido que os franceses tenham cortado o orçamento do Louvre.
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